domingo, 23 de outubro de 2011

As coisas que eu não digo

Talvez eu tenha falado demais o que deveria ter engolido junto com meu orgulho, talvez eu tenha tido orgulho demais para dizer o que eu deveria ter gritado. Eu sei bem, aprendi por aí, que certas coisas dispensam a voz para serem pronunciadas, sei que muitas vezes falo muito mais alto ao mexer as pálpebras do que ao mexer os lábios e sei o quanto grita um beijo inesperado, mas talvez eu devesse ter dito, nem que tivesse resmungado...
Entro em conflito todos os dias com a ausência, com a dor que a distância provoca e com a necessidade de explicar isso e não conseguir. Essa angústia de quem acha que ter amor próprio quer dizer não se entregar ao sentimento. Pois eu to entregue! To de arrasto, com uma bagagem de quem quer pedir um abraço e não pode, pois os quilômetros nos empurram para longe.
Faço milhões de confusões: querendo dizer que sinto falta, pareço sentir mágoa, querendo falar de distância, pareço falar de ciúme. Nem eu me entendo, confundo a mim mesma e a quem eu gostaria que me entendesse. Perco o norte e choro. Choro involuntariamente, por que alguma coisa dentro de mim me convence que chorar é mais fácil que explicar que se esta morrendo de carência. Me despedaço inteira como se uma semana ou duas fossem a eternidade e me concentro em saber que tudo está bem, que serão só mais alguns dias.
Me desintegro, me desmancho, derreto em gotas de mulher apaixonada e depois espero ele chegar, me juntar, me refazer e colar meus cacos. E nada disso eu digo. Mal consigo admitir para mim mesma, mal entendo essa minha fraqueza, como eu poderia explicar para alguém? Quem acreditaria se eu dissesse que viro pó quando fico longe? Como vou convencer alguém que esse corpo e esse sorriso fazem parte de uma mentira, por que na verdade eu sequer sei existir aos pedaços?
Eu não conto para ninguém que, mesmo falando com ele todos os dias, eu enfraqueço de saudade e que saudade pode matar, ainda que se saiba que para quem morre desse mau, a paixão é remédio e ressuscita.

(Grazi Silva)

2 comentários:

  1. óinnn, que lindona, completamente apaixonada hein amiga... quem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração!!! Tu é a prova disso... Como amas, como sofres, como tornas a amar com o tão esperado telefonema que acalma tua alma, que alimenta teu coração... Isso é amar, sofrer e mesmo assim não deixar de amar, é saber que a distância dói, mas que a presença posterior cura tudooo... É amiga, ninguém disse que seria fácil, mas desistir... NUNCA!!! AMODEMAIS, AMOTODODIA, AMOMUITOTUDO ISSO.

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  2. É o Amorr que mexe com a minha cabeça..hahaha, xonadinha neh, coisa boa amar, ter em quem pensar, sentir saudade...esperar o fim de semana chegar e ser amada...hahaha Amiga saudade e distância é o melhor tempero para o AMOR..Felicidade sempre minha amiga...:):)#TEAMOMUITOMINHAGRANDEAMIGA.

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