quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Acho que não existe lágrima mais sincera e incontrolável do que a de quem chora de saudade. Ela vem, atropela o orgulho e, com a distância, não existe outro jeito de colocar para a fora a dor da ausência.
Eu me entrego! Me jogo de cabeça nas minhas carências do passado, penso incontrolavelmente em quem eu gostaria que estivesse aqui e não está. Às vezes por que não pode, outras vezes por que o caminho a ser percorrido de volta é muito mais longo que a física possa atravessar. E dói. Dói com toda a intensidade que a alma suporta. Dói até o coração quase pedir para se isentar dos sentimentos.
Não sei viver aos pedaços, preciso sempre ser inteira. Para tanto, vivo catando os pedaços de mim que deixo cair. Não perco de vista amizades antigas e me faço lembrar com certa regularidade, mesmo quando a vida toma rumos opostos. Me agarro a papéis com histórias de outros tempos como quem se agarra num fio fino para não cair do abismo.
Por essas que despedidas me transtornam, me abalam, me deixam aos prantos. Sinto que depois de cada “tchau” virão noites e noites de desassossego, de incompreensão, questionamentos sobre: por que não pode ser para sempre? Ou: por que a vida é assim?
Também não me deixo convencer pela conversa de Lope de Veja, que dizia que o remédio para a ausência é o esquecimento. O remédio é a procura pelos vivos, a recordação das histórias e a lembrança dos que se foram para sempre. Eu guardo dentro de mim tanto o sorriso emburrado do meu avô que partiu a mais de dez anos assim como guardo o beijo que meu namorado me deu há dois dias. Guardo para uma necessidade de fechar os olhos e sentir, ter certeza que estiveram aqui comigo. Guardo as virtudes dos que se afastaram de mim (ou eu me afastei) por algum defeito ou outro. Guardo números de telefones de gente que sei que nunca mais vou ligar, mas que quero saber que um dia meu celular tocou e eu sorri ao ler o nome.
Precisar do passado não quer dizer que o presente não seja bom. Não vivo das minhas ânsias, nem das que já foram nem das do que virá. Apenas vivo, reviro meus diários e toco meus dias para frente por que mais saudades virão e também serão de horas como essa, que não voltam nunca mais.
(Grazi Silva)

E o setembro vai passando, correndo...
Fui a cavalgada, como era previsto, esnobando toda a negatividade ALHEIA!
Me diverti! Afinal parcerias como as minhas, namorado como o meu e família como a que eu tenho, mesmo que caísse canivete teria sido ótimo!

4 comentários:

  1. Adorei Xuxu...talvez tenha sido o meu texto preferido. Me identifiquei com vários trechos...porque também sinto falta de momentos que vivemos e sei que não voltam mais. Mas o importante é realmente espantar toda a negatividade, seguir em frente carregando boas lembranças, que não são poucas...como a cavalgada desse ano. Te amo!!!!
    Josi

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  2. Que riiico texto e quanta inspiração o que não faz a saudade da pessoa amada né! e quanto a cavalgada tava demais mesmo mt boa. beijoos
    Su

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  3. O que a saudade de mim nao fez contigo né!??? heheheh
    Lindissimooo como sempre, profundo como sempre, especial como sempre...
    Um dia ainda vou dizer que antes de ela se tornar essa famosa escritora eu já conhecia o dom dela, um dos mais bonitos, o de conseguir sutilmente, colocar no papel o que o coração sente, com tanta intensidade que faz com que quem lê sinta exatamente o que passa nesse coração...
    Enfim, amei, como sempre!!! :)

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  4. Muitoooo Bonitoooooo!!!
    Profundo mesmo!
    Vou até salvar o texto :)

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