Eu fabrico sentimentos. Eu crio batidas diferentes para o meu coração... Como se eu fizesse melodias que se encaixam nas letras sem nenhum esforço. Só eu entendo o que digo. Distribuo nomes, substantivos para as canções de dentro de mim. Dou apelidos para os sentimentos alheios, jogo metáforas por aí, como um Papai Noel jogando balas para as crianças no natal, porém eu faço isso o ano todo.
Esse amor que relato aqui, é um amor diferente. (“Amor diferente?” perguntou uma amiga.) É um amor diferente, sim. Eu vivo sem ele, não preciso dos beijos dele, nem tão pouco preciso que ele fique sempre no meu lado, mas eu quero. E é pelo simples “querer”, pelo fato de não ser uma necessidade, mas uma vontade, que é meu amor mais doce, meu amor mais terno, meu amor mais fácil. Por que ele é incapaz de me fazer sofrer, tudo o que ele faz me traz alegria.
(Saudades do sorriso (o maior do mundo)... Faço promessas, cruzo meus dedos em figa, participo de correntes no Orkut, tudo para te ver essa semana...)


À BORBOLETA...
Te levanta dessa mágoa e recomeça. Finge que tu acredita que tudo vai ficar bem que uma hora tudo fica mesmo, te prometo. Lógico que pode, ou não, doer, mas recomendo um pouco de audácia para enfrentar essa situação. Quando ficamos muito tempo chorando enxergamos coisas impressionantes ao secar os olhos.
Te reconstrói, te livra dessa casca e, sem o peso dela, toma a derradeira decisão. Quem além de ti vai saber a hora de seguir em frente? Só posso te incentivar e nem mesmo isso é suficiente. Nada é. Tudo depende de ti, da força do teu sorriso em cima das tuas angustias.
Vai refazendo teu castelo colocando as coisas no lugar, te permite abandonar a parte ruim e absorver só o que te oferece de bom essa relação já vivida. Deixa tua alma ser dominada somente pelo que tu que realmente quer. Não vale mais a pena esperar pelo futuro, a menos que o presente tome um rumo diferente. Mas isso quem tem que organizar é tu e, se ninguém mais se mexer, tu precisa te virar sozinha.
Sacode a poeira do lombo, sobe no salto, respira fundo, coloca um batom novo, pinta as unhas de vermelho e vai à luta. Briga, chora, bate com os pés no chão. Deixa o rímel borrar, perde um brinco, faz um escândalo. Alguém tem que fazer a parte feia, então, se for pra dizer depois “pelo menos eu tentei” que seja tu essa louca. Uma vez que tu faças isso, não vai borrar para sempre a tua imagem, duas ou três vezes também não. Aliás, as pessoas só vão lembrar se der certo, nesse caso, o que importa o que os outros pensam? Eu já fiz esse papel tantas vezes... Continuo a mesma, só perdi alguns caquinhos, que sequer me fazem falta hoje em dia.
Pega esse quebra-cabeças pronto e joga todo para cima, talvez ele fique mais interessante com as peças desencaixadas. Se não for o caso, monta de novo, talvez fique melhor, quem sabe sobrem algumas peças, mas nunca fica igual depois de desfeito uma vez. Ou então, o guarda desse jeito mesmo em uma caixa e joga dentro de um armário. Ele ainda vai estar ali caso um dia tu resolva montar de novo. E quanto mais o tempo passar, mais diferente ele vai ficar.
Quando tudo acabar, amiga, quando tu estiveres finalmente forte e refeita, seja do jeito que for eu ainda vou estar aqui, com sorrisos sinceros e conselhos inúteis. Te prometo não dizer “eu avisei”. Tomara que um dia nós duas possa sentar e rir, de toda essa trama que montamos...
“E não é que verdadeiras amizades não precisam ter rosto? Sequer um abraço precisa de braços... Laços firmes não requerem física.”