Síndrome do coração independente.

Eu não to preocupada em agradar ninguém, não preciso fazer parte de nenhum grupo e não preciso ser a mais popular. Meus amigos estão sempre comigo e pra me fazer querida e bem vinda, apenas cuido do meu bom humor, trato todo mundo com sinceridade, carinho e acima de qualquer coisa, respeito aos outros e me respeito, não saio da linha para ser aceita. Não beijo quem não estou afim para ser aceita à turma, até por que esse é o tipo que fica sempre no escanteio. Esse é o tipo que se torna “a amiga da amiga”. Não quero ser essa mulher.
Também não faz meu estilo não perdoar, deixar de dar um sorriso, prá não dar o braço a torcer, ou me fazer de difícil. Não sou assim, às vezes sou tão sincera com os outros que beiro a inconveniência, seria injusto eu não ser comigo também. Imponho a mim os mesmos defeitos que os demais agüentam. Não faço ou deixo de fazer pensando no que os outros vão falar. Eu existo e nem me preocupo em questionar a opinião. Contanto que eu não magoe ninguém, ou pelo menos os que eu amo, tudo o que eu fizer ta valendo.
Não tenho medo de arrependimentos, e também não finjo que sou a durona com aquele papo besta de “só me arrependo do que não fiz”. Quem nunca se acordou depois de um porre pensando “olha a merda que eu fui fazer”, é por que nunca se entregou de verdade a sensação nenhuma. Paixão, amizade, raiva e afins, todos sempre acabam causando um arrependimento. É inevitável.
Eu minto. Eu sou de verdade, tenho falhas, e minto sim quando acho que é melhor. Minto para matar aula, minto para não magoar alguém, minto para não ser questionada sobre o que eu não quero falar. As vezes manipulo a verdade, contanto que ninguém saia prejudicado. Todo mundo mente, a diferença é que eu não sou HIPÓCRITA. Eu sou muito sincera nas minhas falsidades. Não escondo de ninguém os meus defeitos.
Eu não to plantada nesse mudo bastante medíocre para ser modelo para ninguém, não quero ser exemplo e nem bancar a boazinha. Eu to aqui para fazer minha parte. Aprendi muito cedo que todos os meus castelos podem vir abaixo e só o que fica são meus méritos e o que cultivei, escorada nessa certeza, não tenho mais medo de cair por que sempre levanto mais forte.

“Espada, escudo e medalha
Tenho tudo comigo
Como se fosse Dom Quixote
Do novo século”

Grazi Silva